O Grupo de Especialistas em Literacia da EU traça o seguinte panorama: “Cerca de 20% dos adultos não têm as competências literácitas suficientes para funcionar de forma plena nas sociedades modernas. Cerca de 73 milhões de europeus adultos não possuem qualificações acima do ensino secundário, muitos deles porque a sua baixa literacia os impede de progredir na educação. Os mais recentes resultados do PISA, o Programa da OCDE para Avaliação Internacional dos Estudantes, revelam que 1 em cada 5 alunos de 15 anos na Europa possui baixas competências de leitura. Num tempo em que a literacia se torna mais necessária, os níveis de leitura estagnaram.” Estes números refletem uma sombria imagem da literacia na Europa, que precisa de ser alterada se a EU quiser atingir os seus ambiciosos objetivos educativos, sociais, políticos e económicos.
LiRe 2.0 – tal como o seu precursor LiRe – defende que o modo mais eficaz de promover as competências de leitura é ler por prazer: ler porque se quer ler, de livre e espontânea vontade, antecipando o prazer que a leitura pode proporcionar.

Aprender ao longo da vida é ler ao longo da vida. Um leitor para a vida é auto-motivado, tem prazer em valer e valoriza a leitura e por isso lê, aprende e desenvolve-se ao longo da vida. O projeto LiRe 2.0 aspira a contribuir para o esforço de criar escolas, universidades e ambientes profissionais na Europa onde existam milhões de leitores para a vida. O projeto desmonta a ideia pré-concebida (especialmente entre pais e professores) que a tecnologia é inimiga da leitura. LiRe 2.0 baseia-se na noção oposta: os usos inovadores de práticas educativas assistidas pelas TIC, abertas, e os recursos que interligam leituras e aprendizagens informais, não formais e formais podem ter um papel preponderante nas atitudes das pessoas face à leitura, no seu envolvimento com a leitura e nas suas capacidades de leitura; sobretudo no caso de leitores que não leem nem valorizam a leitura e no caso dos estudantes á margem da escola.

O projeto LiRe 2.0 visa contrariar os fracos resultados escolares ao nível de competências básicas com métodos mais eficazes de ensino e pelo desenvolvimento de competências transversais por intermédio de métodos inovadores:

  • Definir métodos pedagógicos inovadores, linhas de orientação para boas práticas e estratégias de implementação que visam um uso contextualizado, sistémico e sustentável das TIC na promoção da leitura.
  • Envolver os seus públicos-alvo no projeto e convencê-los que o uso inovador de práticas educativas e recursos apoiados nas TIC pode promover as atitudes e o envolvimento das pessoas com a leitura.
  • Inspirar, orientar e facilitar a criação de culturas e comunidades de leitura entre pré-adolescentes e adolescentes, estudantes universitários e trabalhadores adultos por meio de tecnologias da web 2.0 e de outras formas de leitura digital/social e de ‘book-talking” (falar sobre livros).
  • Descrever, implementar e divulgar múltiplas maneiras de a tecnologia promover a leitura por prazer e o envolvimento com a leitura, em contextos diversos e para leitores diversificados (pré-adolescentes, adolescentes, estudantes universitários, trabalhadores adultos).